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Incluir a inclusão na sua visão e estratégia

“Incluímos o seguinte na nossa visão geral:
Acolhemos trabalhadores com todos os tipos de deficiência, queremos que se sintam seguros para a assumir, porque valorizamos as pessoas pela sua contribuição, pelo que oferecemos as mesmas oportunidades a todas as pessoas na nossa empresa.”

Sinta-se à vontade para alterar esta formulação de acordo com as suas próprias palavras, e o que faz sentido para a empresa. A partir da visão, passamos à estratégia de trabalho e à prática diária.  Torná-lo visível!

Vamos ver como.

Considerar o texto do anúncio,
e incluir apenas o que é necessário

“É mesmo necessário ter carta de condução para desempenhar as funções da vaga de trabalho? Na maioria das vezes, a deslocação pode ser feita em transportes públicos. E já agora, vamos também mencionar que é necessário ter disponibilidade para viajar.”

“Se fossem necessárias competências especiais, antes pedíamos comprovativos de formação. Hoje, pedimos essas competências, mas admitimos a possibilidade de elas terem sido aprendidas num trabalho anterior, através da experiência.”

“Antes, escrevíamos que procurávamos uma pessoa “entusiasmada e dinâmica”. Gostamos das palavras, e queríamos que todos os candidatos fossem assim, mas de facto não é muito claro porque é que precisamos disso no trabalho. Se calhar, uma pessoa tranquila e segura também pode fazer o trabalho, e de maneira igualmente eficaz. Assim, aprendemos a excluir essas palavras, e a focar-nos na essência do que procuramos.”


Confirmar o texto das vagas, se é claro, e que pode apenas ser interpretado de uma forma

“Antes, pedíamos que as pessoas fossem flexíveis ou adaptáveis. Para alguns candidatos, é difícil interpretar o que isso quer dizer. Agora, deixamos claro qual o posto e que tipo de tarefas o candidato tem de desempenhar, e definimos isso desde o início.”


Incentivar pessoas com deficiência que correspondam aos critérios

“Sabemos que podemos incentivar abertamente pessoas com deficiência a candidatarem-se. Por serem uma minoria nas empresas, geralmente é permitido fazer essa discriminação positiva, para eliminar as desigualdades entre pessoas com e sem deficiência.”

“Por isso, indicamos no texto da vaga que convidamos todas as pessoas que correspondam aos requisitos mínimos e que tenham deficiência para uma primeira entrevista. Isto é discriminar positivamente, e dá-lhes uma vantagem.”

Entrar em contacto com organizações de apoio na área da deficiência

“Trabalhamos em conjunto com várias organizações: elas têm profissionais que ajudam a fazer a correspondência entre vagas de emprego e pessoas que se queiram candidatar, e podem poupar muito tempo. Porque não fazer uma parceria?”

“O apoio destas organizações é muitas vezes fundamental, estando sempre disponíveis à distância de um telefonema, e estabelecendo um relacionamento de grande confiança e honestidade. Estes profissionais dão a garantia de que as empresas não ficarão “penduradas” se alguma coisa correr mal.”

Fazer uma lista de requisitos para a vaga, e classificar os candidatos com base nela

“Começámos a trabalhar com uma grelha de sistematização da informação das candidaturas, de forma objetiva. Levou algum tempo a habituarmo-nos a trabalhar assim, porque havia uma tendência para excluir à partida candidaturas de pessoas com limitações. No entanto, estamos muito satisfeitos com esta nova forma de avaliar, e com as escolhas de recrutamento que temos feito.”

No convite para a entrevista, perguntar se há necessidades especiais que precisem de atenção

“Incluímos sempre a seguinte frase nos convites: Precisa de alguma acomodação específica no que respeita ao horário e local da entrevista? Há alguma questão que devamos ter em atenção, na preparação da sua entrevista?”

“As pessoas que vêm ser entrevistadas apreciam este gesto. Pessoas com filhos pequenos apreciam este gesto, bem como as poucas pessoas com deficiência que poderão vir à entrevista. Houve um caso, em que uma pessoa de cadeira de rodas foi convocada para uma entrevista num escritório no segundo andar, sem elevador. A empresa sentiu-se bastante embaraçada, e decidiu que nunca mais iria repetir esse erro, e é assim que agora, sabemos o que devemos ter em atenção quando convidamos pessoas com deficiências a vir a uma entrevista de trabalho.”

Capacitar o trabalhadores dos recursos humanos para fazer formação específica com atenção à diversidade

“Aprender a comunicar de forma clara: não utilizar metáforas, fazer frases curtas, evitar jargão profissional e palavras muito difíceis. No início, pode parecer complicado, mas com o tempo acaba por ser muito mais fácil para todos.”

“Todos os candidatos querem dar uma boa primeira impressão: mas pode haver candidatos que têm dificuldades em olhar as pessoas nos olhos, o que parece esquisito. Sabemos que estava muito interessado na vaga de emprego, embora não parecesse. Damos a todos os candidatos tempo para responderem às questões, embora para alguns, isso possa requerer mais tempo do que é habitual. No entanto, isto não quer dizer que tenham menos capacidades.”

“Organizar uma visita às instalações da empresa: a par da entrevista, isto dá aos candidatos uma perspetiva do contexto de trabalho, e das tarefas que são realizadas.”

Perguntar à pessoa que se candidata o que precisa para desempenhar a função

“Na maioria dos casos, as adaptações necessárias estão relacionadas com horários de trabalho, e ser-se respeitado/a pelos colegas.”

“Outro tipo de adaptações pode estar relacionado com supervisão, ou apoio de colegas para dar confiança e segurança, com o transporte para o local de trabalho, com o reforço das equipas em momentos de maior volume de trabalho, por forma a não desequilibrar a dinâmica interna da equipa.”

Confirmar a acessibilidade

“Imaginamos uma pessoa surda na nossa empresa, ou uma pessoa com baixa visão, ou uma pessoa em cadeira de rodas, e chegamos à conclusão que dava jeito uma opinião de alguém que saiba mais disso do que nós. Perguntamos às organizações de apoio a pessoas com deficiência, e chegamos à conclusão de que só são necessárias mudanças muito pequenas.”

“Na organização, um técnico de apoio aconselha-nos sobre a melhor forma de garantir a acessibilidade no edifício, e outros aspectos como “plano de evacuação em caso de emergência”. Não nos tínhamos lembrado dessa parte, pelo que agora incluímos essa informação no plano de acessibilidade da empresa.”

“Dentro ou fora do edifício, pode ser necessário fazer uma reestruturação dos acessos. Para tal, existem subsídios específicos para ajudar a tornar as infraestruturas mais acessíveis.”

 

Dar uma volta na empresa, para confirmar aspetos específicos

“Foi contratada uma administradora que se movimentava de cadeira de rodas. Na sua visita pela empresa, chegámos à conclusão de que ela não conseguiria abrir umas portas de vidro entre departamentos, porque eram demasiado pesadas. Ajustámos as portas, e toda a equipa ficou contente por “já não ter de lutar com aquelas portas pesadíssimas!”

“Um trabalhador novo, com baixa visão, perguntou se a newsletter da empresa também estava disponível numa versão digital. Passámos do papel para o digital, e agora não fazemos de outra forma.”

Conversar com o novo funcionário sobre como informar os colegas

“Sabemos que os colegas estão receptivos a ter um/a novo/a colega. Ainda assim, é conveniente que saibam o que é esperado da equipa, que tipo de apoio vai ser necessário, e como. Tanto a pessoa com deficiência, como os profissionais das organizações de apoio podem ajudar com a informação necessária para que a integração e adaptação à equipa corra da melhor forma possível.”

Explicar o papel do novo trabalhador na estrutura da empresa

“No nosso caso, o colega novo liberta os engenheiros de algumas tarefas básicas: eles ficam contentes por não terem de se preocupar com isso, e agora têm mais tempo para se focarem em tarefas mais exigentes e importantes, o que também é positivo para a empresa.”

Dispender tempo a procurar os apoios e incentivos financeiros existentes

“No início, algumas empresas não têm a noção de que podem ser compensadas por perdas de produtividade, aquando da contratação de um trabalhador com deficiência. Muitas vezes, só o sabem quando são contactadas por organizações de apoio. Estes incentivos fiscais e financeiros tornam a contratação de trabalhadores com deficiência muito mais fácil.”

“No nosso caso, recebemos uma compensação de 50% pela perda de produtividade, o que não só reflecte a capacidade de trabalho do nosso trabalhador, mas também as adaptações que foi necessário fazer na empresa, por exemplo ao nível da supervisão.”

Criar dinâmicas de mentoria na integração

“Na nossa padaria, o chef pasteleiro é quem apoia a integração dos novos trabalhadores: ele conhece os cantos à casa, sabe exactamente o que tem de ser feito e quais os erros de principiante, e consegue explicar de forma muito clara todas as tarefas necessárias ao funcionamento da cozinha. Além disso, tem muita paciência para ensinar e ajudar os novos funcionários a tornarem-se excelentes pasteleiros!”

“Qualquer novo funcionário na empresa precisa de fazer formação – isso não é novidade na nossa equipa. Por isso, já temos essa dinâmica de atribuir um supervisor, de acordo com as características da pessoa. No caso de um trabalhador com deficiência, nada muda, a chegada desta pessoa processase exactamente da mesma forma da de todas as outras. A formação e supervisão é sempre feita à medida, senão não resulta.”

“Fizemos um pequeno filme sobre a empresa e o seu funcionamento, e ajudou bastante na integração de novos trabalhadores – em particular para os que têm dificuldades de leitura.”

Designar uma pessoa de contacto

“Eu começo e acabo o dia com uma breve conversa de cinco minutos com esta trabalhadora. Chegámos à conclusão de que isto é suficiente para ela se sentir mais confiante, e para vermos o ponto da situação das tarefas, ou ajustes que sejam necessários.”

“Durante uma hora por semana, converso com este colega sobre como as coisas estão a correr, e que dificuldades tem. Com outras pessoas, talvez a mesma conversa leve só 10 minutos, mas já incorporei estes momentos de coaching nos objetivos de trabalho, e valem a pena.”

Uma supervisão clara e consistente

“Temos uma colega que no início era muito rápida, e eu quis compensá-la dando-lhe mais trabalho. Ela sentiu-se orgulhosa e aceitou as tarefas extra, mas dois dias depois começou tudo a correr muito mal, e ela ficou muito cansada e frustrada. Tivemos de aprender os seus limites através da experiência, como qualquer outra pessoa. Agora mantemos o volume de trabalho combinado, e pontualmente conversamos sobre fazer pequenos ajustes, e assim funciona melhor para toda a gente.”

“Às vezes esquecemo-nos que o nosso trabalhador tem algumas limitações – as dificuldades têm sido sempre ultrapassadas facilmente. A supervisão é essencial, principalmente no que diz respeito a dar instruções simples, claras e curtas, e supervisionar a rotina de trabalho, assegurando-o que está a correr tudo como esperado.”

Pensar no
desenvolvimento da carreira

“Temos um colega que tem uma atenção ao detalhe excepcional, pelo que eu pensei na possibilidade de criar uma nova função de especialista na empresa, focada na optimização das linhas de produção, e ofereci-lhe a possibilidade de fazer formação especializada nessa área. Ele agarrou a oportunidade imediatamente.”

“No início, ela trabalhava na linha de montagem. Como é muito precisa e minuciosa, demos-lhe a oportunidade de passar para o departamento de controlo de qualidade. Ela estava um pouco ansiosa com esta mudança, e levou algum tempo a habituar-se, mas ultrapassou os seus receios e estamos muito satisfeitos com a qualidade do seu trabalho.”

Enfatizar a importância da motivação e da aprendizagem

“Na maioria dos casos, para resultar só é necessária compreensão, flexibilidade e motivação.”

“Durante o primeiro ano, o nosso trabalhador com deficiência aprendeu e desenvolveu formas de ultrapassar as suas limitações, adaptando as suas tarefas e ganhando técnica. A única adaptação que foi necessário fazer foi dar-lhe tempo para aprender a profissão à sua maneira, e a partir do momento em que atingiu esse objetivo, tem sido apenas aperfeiçoar as suas competências até à mestria. A nossa relação de trabalho reflecte o vínculo que queremos estabelecer com todos os trabalhadores: de ajuda mútua, de colaboração, de familiaridade, mas também de exigência, de profissionalismo e de qualidade.”

Ter rigor e ética de trabalho

“Precisamos de trabalhadores que correspondam às necessidades da empresa. Pode ter acontecido que já errámos no processo de seleção, por não termos sabido fazer corresponder o perfil desejado, aos candidatos seleccionados. Pode levar algum tempo a trabalhar em conjunto com as organizações e serviços de apoio até ser encontrada uma combinação que resulte, mas havendo cooperação, certamente que o resultado será satisfatório.”

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