“Eu estava procurando por um especialista na área de produção. Já havia contratado várias pessoas com deficiência e todas se saíram bem em minha empresa, então decidi entrar em contato com este provedor de serviços e perguntar se tinham alguém que atendesse aos critérios para um assistente de produção responsável por montar produtos soldando-os. Por exemplo, tubos de aço inoxidável são montados e conectados, mangueiras são enroladas e roscadas, mas também diferentes metais são soldados. Tudo é feito manualmente e é uma tarefa responsável; requer prática. Por isso, preferimos um empregado que queira ficar conosco por muito tempo.”

“Foi Grit que eles escolheram para mim. Grit foi treinada como metalúrgica e já tinha adquirido alguma experiência profissional em diferentes áreas de processamento de metais em outras empresas. Eu a entrevistei, fiquei impressionado com sua maneira aberta e direta, e nós dois vimos possibilidades desde o primeiro momento. Ela seguiu um breve treinamento em nossa empresa para ver se tínhamos tomado a decisão certa. Vimos diretamente que Grit sabe como manusear as coisas e tem experiência nesse campo de trabalho. Você pode perceber que Grit gosta do que faz, ela não é tímida e se aproxima das pessoas de forma aberta. Grit, por sua vez, gostou do trabalho durante esses dias de treinamento. No final, tivemos uma breve avaliação e ambos ficamos satisfeitos. Não é fácil para nós encontrar pessoas bem treinadas e ficamos felizes que tudo tenha dado certo. Por isso, a contratei.”

“Desde o início, os outros empregados também perceberam que Grit tem um bom conhecimento e habilidades no setor de metal e rapidamente encontra soluções quando algo não se encaixa. Com sua experiência de trabalho em diferentes empresas, ela já tinha rotina. Para a introdução, foi treinada por um dos meus trabalhadores experientes. Começamos com tarefas simples, como fazemos com outros empregados. Funcionou bem. Grit entendeu rapidamente e suas tarefas puderam ser expandidas em pouco tempo. Após algumas semanas, também lhe foram atribuídas tarefas de soldagem.”

“Em seus primeiros dias de trabalho, um treinador de emprego do provedor de serviços estava presente, assim como um intérprete de língua de sinais. Juntos, eles passaram um tempo apresentando seus colegas ao mundo dos surdos. Foi dada uma breve explicação sobre o que significa ser surdo, e também foram colocados cartazes com sinais simples da língua de sinais na empresa. Alguns colegas mostraram interesse e aprenderam alguns desses sinais. Era necessário fazer os colegas entenderem como se comunicar com Grit.”

“Uma coisa da qual realmente não tínhamos consciência era que Grit pode fazer leitura labial, e muito bem, em alemão. O dialeto local era um desafio para ela entender. Além disso, ela também teve que se acostumar com as expressões faciais das pessoas para aprender como elas pronunciam palavras. Por isso, em assuntos urgentes, ela escreve mensagens. Ela tem um aplicativo em seu celular no qual pode digitar textos em letras grandes.”

“O papel de Grit é como qualquer outro colega. E ela funciona como qualquer outro, todos se ajudam quando necessário, e Grit está incluída neste auxílio mútuo. Não foram necessárias adaptações especiais para ela. Ela pode trabalhar com as máquinas como qualquer outro. Na verdade, ser surda é uma vantagem para ela. É bastante barulhento no salão de produção onde ela trabalha. Ela não ouve e seus colegas já usam muitos sinais para se comunicar, o que facilita para ela.”

“No começo, pensamos que ela precisaria de algumas pessoas de contato especiais, para as quais ela poderia recorrer quando tivesse perguntas ou assuntos que quisesse discutir. Uma foi designada para ela e funcionou bem. Mas, quando essa colega deixou a organização, percebemos que não havia necessidade de continuar tendo uma pessoa de contato especial. Decidimos tratar Grit da mesma forma que os outros colegas. Isso tem funcionado bem desde então. Houve apenas um momento em que ela teve problemas com alguns novos colegas. A princípio, pensamos que era por causa de sua surdez, mas depois descobrimos que era apenas uma questão de personalidades diferentes. Bem, isso pode acontecer em qualquer empresa, e Grit recebeu orientação de seu treinador de emprego sobre como resolver isso.”

“O supervisor dela tem genuíno interesse em saber como é ser surdo e realizar o trabalho sendo surdo. Ele gosta de aprender com Grit como funciona e como se comunicar e interagir com ela. Uma das coisas simples que o supervisor aprendeu, e agora todos nós sabemos, é que é melhor tocar Grit pelo lado em vez de tocar por trás, pois ela pode se assustar.”

“Se Grit precisa de apoio, o que raramente acontece, ela tem a possibilidade de entrar em contato com seu treinador de emprego via Messenger. Ela simplesmente escreve uma mensagem e eles entram em contato imediatamente. Devo admitir, isso só foi necessário no início e quando ocorreu esse problema com seus novos colegas. Pelo resto, nenhum suporte foi necessário.”

“Eu também posso fazer uso de seu apoio. Faço isso a cada dois anos, quando preciso solicitar um subsídio do governo. As solicitações devem ser renovadas a cada dois anos e precisamos escrever um relatório de trabalho. Meu provedor de serviços me lembra disso e me ajuda a escrever essa solicitação.”

“Grit trabalha conosco desde 2011. Ela é uma pessoa alegre e traz muita diversão e alegria para minha empresa. A personalidade aberta de Grit cria uma boa e relaxada atmosfera de trabalho. A diferente forma de se comunicar também torna meus empregados mais abertos. Grit agora é melhor em leitura labial no dialeto local, e os empregados são mais rápidos em entender sinais. Alguns empregados aprenderam algumas palavras em língua de sinais. Para novos empregados, leva um tempo para ambos os lados se entenderem. Mas eles são instruídos a usar o aplicativo para escrever coisas no início. Além disso, cada novo empregado é informado de que Grit é surda e que eles se comunicam com as mãos ou texto.”

“Para nós, contratar uma pessoa com deficiência é algo que fazemos regularmente. Agora temos cinco pessoas com deficiência trabalhando em nossa empresa. Experimentamos como isso funciona, tivemos o valioso apoio de nosso provedor de serviços. Agora sabemos que vale a pena olhar um pouco além do ‘mercado de trabalho normal’ para encontrar empregados adequados.”