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Jelle, um trabalhador com autismo, trabalha como electricista na empresa
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Fazer um esforço suplementar

“Antes de mais, estou convencido de que se temos uma empresa bem gerida e podemos ganhar a vida, devemos também ajudar os outros, como por exemplo as pessoas com deficiência. E dar oportunidades cria mais lealdade. Outra coisa é que posso pedir-lhes mais, por exemplo, para fazerem horas extraordinárias. Eles estão mais dispostos a fazer um esforço extra porque querem dar algo em troca. Além disso, neste mercado de trabalho, é cada vez mais difícil encontrar bons funcionários e, para mim, isso significa que lhes dou uma oportunidade ainda mais rápida de começar. Mas esta razão nunca foi a minha primeira abordagem”. 

Um candidato promissor

“Jelle, o meu empregado, começou por fazer um estágio. Para ele, isto foi importante, uma vez que não era claro se o emprego remunerado no mercado de trabalho aberto era viável. No início, lembro-me que Jelle se debatia com medos e stress devido à sua perturbação do espectro do autismo. E não havia razão para os seus receios, ele estava altamente motivado e era um candidato promissor para o futuro trabalho na minha empresa. Devo admitir que, no início, era evidente que a produtividade de Jelle estava abaixo dos padrões, embora, como empregador, eu tivesse direito a uma compensação salarial por perda de produtividade – dessa forma, também foi mais fácil para mim dar a Jelle uma oportunidade de começar a trabalhar. Decidi não fazer uma descrição de funções, apenas quis permitir que Jelle provasse o seu próprio valor acrescentado.” 

Criar uma dupla é a chave

“No início foi muito difícil, para todos nós; para o Jelle, para os seus colegas, para o seu supervisor. O Jelle tinha uma boa formação técnica, mas estava difícil de conseguir que ele se adaptasse ao trabalho. O maior problema foi o contacto social. Demorámos algum tempo a descobrir que era melhor reduzir o contacto social ao mínimo, mas esta foi uma grande mudança. Levámos também algum tempo a procurar o colega certo para trabalhar com Jelle, em duo. Ele já esteve com vários colegas, mas não funcionou igualmente bem com todos. Para nós, esta conjugação em duo é importante, para garantir que o outro possa assumir os contactos com o cliente. Foi realmente por tentativa e erro que descobrimos com quem o Jelle podia trabalhar em duo, e com quem não funcionava bem. Também procurei todas as formas possíveis de reduzir os seus contactos sociais, enviando o Jelle para os estaleiros de produção tanto quanto possível. Desta forma, ele tem menos contacto com outros trabalhadores. E, se fosse necessário comprar novas matérias-primas aos fornecedores, pedia sempre aos colegas que o fizessem.” 

Um passo maior que a perna

“A uma certa altura, pensei que estava a melhorar e tentei mandar o Jelle para o terreno sozinho. Não foi uma boa ideia, pois ao fim de dois dias ele desistiu, e não apareceu durante uma semana e meia. Acho que foi por eu o ter mandado sozinho, mas o Jelle ainda não o confirmou. Agora sei que não devo continuar a tentar este tipo de coisas, pois só causam atrasos na acção e perda de retorno.” 

Um processo de aprendizagem

“Não quero tratar o Jelle de forma diferente dos outros. Toda a gente tem dificuldades e coisas que não gosta de fazer, e como empregador tenho de ter isso em conta. No entanto, com o Jelle, o impacto é maior. Enquanto que para outra pessoa, às vezes refila-se um bocado mas depois passa, ao Jelle é preciso muito mais tempo para aceitar as coisas. No entanto, devo dizer que neste momento, isso nota-se muito menos do que no início. E todos os colegas estão a par da situação, há uma grande compreensão no local de trabalho. Aprecio muito isso. Os colegas dele encarregam-se muitas vezes da comunicação comigo, por exemplo, dizem-me que ele precisa de sapatos novos para o trabalho. Assumem este papel porque sabem que o Jelle tem dificuldade em comunicar comigo porque tem medo de 

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